Pois bem, cá estamos novamente. Músicas me agradam. Agradam de forma que só eu consigo compreender. Eu não preciso nem usar drogas, basta apenas ouvir uma música, em determinado momento, que começo a viajar de forma muito louca. Às vezes me imagino no palco cantando, no palco tocando, no palco dançando, tudo isso ao mesmo tempo ou até mesmo pura e simplesmente na platéia. O que importa é que me imagino na música.
E eu escuto de tudo. De tudo mesmo. Apesar de ser fã de Hard Rock, não me prendo a ele. A música é um campo muito amplo para eu me prender a estereótipos. Até mesmo porque estereótipo vem de estereotipia, que significa, entre outras coisas, repetição indefinida, automática e inadaptada à situação de sons, gestos ou palavras, segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, eletrônico, da Editora Rideel. A música não pode se prender a essas coisas, ela é muito maior.
Enfim, ultimamente tenho escutado uma música legal. Antiga, mas legal. Do Ira!, banda que nem sou fã – por sinal, conheço muito pouco –, mas que tem uma sonoridade legal e letras muito interessantes. Como eu gosto de sonoridade e letra, então ficou ótimo. A música se chama Núcleo Base e o que me chamou atenção nela foi o refrão. Claro, como toda composição artística, uma parte da obra não deve ser analisada em exclusão de outra. Mas é assim que quero e é assim que vai ser.
Eu tentei fugir – não queria me alistar
Eu quero lutar, mas não com essa farda
Eu tentei fugir – não queria me alistar
Eu quero lutar, mas não com essa farda
Mas não com essa farda. Mas não com essa farda
Caramba. Acho que esse é o refrão que mais teve significado para mim nos últimos dias. Tantas vezes tenho tentado fugir de certas situações pelo medo de enfrentá-las. Tipo, eu quero agir, mas não do modo como as coisas se apresentam pra mim. Sei lá, acho que eu não deveria ser assim. E muitos são como eu. Acho que todos não deveriam ser assim. Mas a gente é, né?
Aí a gente é indiferente às coisas. Porque, tipo, quando a gente não age, a gente nem faz a coisa ser resolvida, nem faz com que ela se estrague de vez. A gente apenas ignora. A gente acha que ignora. Mas ela fica batendo sempre na gente, sempre nos lembrando. Então, na verdade, a coisa só piorou. Com a indiferença, só fizemos com que a coisa saísse de um nível ruim, pra um pior ainda.
Mas o refrão não só tem esse modo de ser visto. Tem outro (e deve ter mais meio milhão, depende da subjetividade de cada um), e é isso que me agrada. Às vezes a gente está pronto pra enfrentar a coisa, mas sabemos que a nossa atitude pode influenciar uma série de outras eventualidades, e aí a gente trava. Parece será mesma coisa que eu disse anteriormente, mas não é.
A primeira é fruto de covardia, de medo. Essa não. Essa é fruto de uma mistura de coisas: consciência, cuidado com nossos pares, enfim, uma coisa mais relativa ao outro do que o fruto de um egoísmo que é o medo e a covardia. É aquela coisa de não querer magoar o próximo. Por exemplo, o que você quer fazer é algo admirável, algo bom, mas que você simplesmente não sabe se já é bom o suficiente para fazer aquilo para o outro. Aí a gente não faz até que, algum dia (quem sabe!), a gente seja bom o suficiente. Mas será que a gente vai ser?
Bom, tenho que pensar. Não sei muito o que dizer por hoje. E como diria essa música, já está ficando tarde e eu estou muito cansado.
PS: Essa ainda não é a periodicidade que pretendo ter, mas já diminuiu bastante! Se continuar assim, o próximo post saí em duas semanas. Mas vou tentar escrever semana que vem mesmo...
Beijos e tchaus!
2 comentários:
é né!
dentro da minha subjetiva compreensão... concordo plenamente com esse post. :)
Victor eu gostei do modo que você se expressa
Ficou muito bom o texto, abração!
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